AS PALAVRAS NO HORIZONTE DOS FATOS… E A RAZÃO DESTE BLOG EXISTIR.

Atualidades

Pensar sobre o mundo hoje é uma tarefa dolorosa, mas necessária. Dolorosa porque os reflexos mais evidentes da nossa realidade são os preconceitos, as injustiças, a crueldade e o individualismo, e necessária porque as palavras de um escritor, por mais artísticas que sejam, nunca devem perder suas características de espelho, pois é justamente o ser mais sensível que tem o privilégio de ver a vida com lentes de aumento, e é isso que torna a literatura um meio para uma melhor compreensão do mundo.

Hoje, ler um jornal, assistir à TV, é ser bombardeado por notícias trágicas (isso quando não presenciamos tais tragédias).

Seria exagero dizer que estamos envolvidos por um clima de guerra? Pois andamos pelas ruas mais desconfiados do que nunca e, às vezes, perceptivelmente assustados.

O conceito de sociedade civilizada deu lugar ao velho instinto de sobrevivência, parecemos viver sob uma intensa ameaça predatória, o que é compreensível, já que as drogas estão cada vez mais presentes em nossos lares, os filhos estão se voltando violentamente contra seus pais, há uma violência gratuita e generalizada nos trânsitos das cidades e nos estádios de futebol, tiroteios entre policiais e traficantes têm gerado cada vez mais mortes de inocentes devido a balas perdidas. Como ainda não acreditar que, de fato, vivemos dentro de um caos?

Fugir deste mundo imune às suas influências políticas e negativas é praticamente impossível, e negar a sua realidade é covardia. É óbvio que enxergar apenas o lado ruim das coisas também é uma forma de alienação, mas falar sobre o que é real, revelar o que acontece e principalmente entender o que se passa, é a maneira mais viável e terapêutica de minimizar os problemas que nos afligem, pois é assim que se constrói a consciência para superá-los. 

No entanto, até mesmo para saber o que realmente se passa é preciso que o esclarecimento venha de fontes confiáveis, e muitos meios de comunicação atualmente, sejam eles originados na internet, na televisão, no rádio ou em jornais impressos, se encarregam de nos empurrar uma enxurrada de informações sem deixar claras suas causas e consequências.

Cabe, por isso, ao ser pensante, seja este escritor, filósofo, sociólogo, psicólogo, desvendar essas informações, já que muitas delas são apenas especulações ou suposições, incluindo, dentre essas, induções desonestas.

Somente desvendando essa complexa rede, que não está livre de mentiras ou imprecisões, é possível transformar notícias vagas em fatos, manipulando palavras e temas como um verdadeiro quebra-cabeças e, finalmente, conectando o real sentido de cada fato às notícias obscuramente lançadas.

 

 

FAKE NEWS E DESINFORMAÇÃO

 

E a respeito da mentira, hoje tão comumente exposta em forma de notícia, Martinho Lutero já dizia que esta é como uma bola de neve, quanto mais gira, maior se torna.

E, se na época desse tão célebre monge, as Fake News já chamavam a sua atenção, atualmente elas continuam sendo propagadas numa velocidade assustadora e criando sérios problemas, pois em tempos de mídias e redes sociais, a rapidez com que uma mentira é difundida é muito maior do que antes, por isso, é importante despertar o senso crítico da população quanto à veracidade de informações sensacionalistas, tendenciosas e que pouco contribuem para o esclarecimento dos fatos.

A esperança está em pensadores que elucidem os fatos por meio do conhecimento histórico, do raciocínio lógico e por meio da habilidade com a escrita.

Dessa forma, surgirá um novo e melhor sentido de transmitir ideias e acontecimentos, pois diante de um mundo já tão turbulento, o excesso de informações antes mesmo de esclarecer, obscurece a mente; bloqueia o raciocínio e confunde o receptor.

Por isso, carecemos tanto de cérebros capazes de, através da literatura, tornarem este mundo mais claro aos nossos olhos, nos fazendo compreender onde estão as armadilhas no caminho, para que saibamos por onde andar e como recomeçar.

Em suma, carecemos de mentes que simplesmente saibam colocar as palavras no horizonte dos fatos.

 

Juliano Alventino

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